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A Casa em Paris

Nunca tinha ouvido falar em Elizabeth Bowen, porém, as promoções da Relógio d’Água, tal como o título sugestivo do livro, aguçaram-me a curiosidade. Mais tarde, reparei que a autora tinha duas obras na lista dos 1001 livros a ler antes de morrer, o que bastou definitivamente para me convencer a lê-la.

A Casa em Paris (1935) é um romance um pouco atípico pela forma como está estruturado. A acção decorre num único dia, numa casa em Paris, onde encontramos duas crianças, Henrietta e Leopold, que não se conhecem e lá se encontram por razões distintas. Henrietta está em trânsito, pois vai a caminho de casa da avó, e Leopold espera encontrar-se com a mãe, que nunca conheceu. Após as apresentações, o tempo regride para o passado, onde ficamos a saber a história de Leopold e os motivos verdadeiros que o levaram até ali.

Apesar de a escrita de Bowen nem sempre ser a mais fácil de seguir, a verdade é que gostei muito deste seu livro. Trata-se de uma história complexa e dramática que hoje provavelmente não teria consequências de maior, mas que naquele tempo lidava com valores como a honra, dignidade ou decoro. Gostei sobretudo do final, em que a maturidade e o sentido de responsabilidade têm um papel preponderante.

Estarei mais atenta à publicação das obras da escritora britânica no futuro e, claro, recomendo A Casa em Paris para quem quiser familiarizar-se com a obra de Elizabeth Bowen (1899-1973).

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