Bibliotecas do Mundo · Literatura Portuguesa

Biblioteca Galveias

Uma das bibliotecas que mais frequento em Lisboa é a Biblioteca Palácio Galveias, nas Avenidas Novas, junto ao Campo Pequeno.

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Esta biblioteca pública entrou em funcionamento em 1928, quando a Câmara Municipal de Lisboa adquiriu o antigo palacete. Apesar de se encontrar no centro da cidade, o palácio foi originalmente construído para servir de casa de campo aos Marqueses de Távora, que o viram confiscado pelas autoridades em 1759 aquando do processo que os opôs ao então primeiro-ministro do reino, Marquês de Pombal, no famoso caso Processo dos Távoras. Em 1801 foi adquirido pelo 5º Conde das Galveias sofrendo obras de restauro e adquirindo o nome pelo qual ainda hoje é conhecido.

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Enquanto biblioteca, o Pálacio Galveias sofreu obras de restauro em 2015, transformado-se num local mais agradável e preparado para receber estudantes e leitores. Com um acervo de 120 mil documentos, é um lugar de consulta e de empréstimo de livros, possuindo cerca de 320 lugares sentados. Dispõe ainda de uma grande zona infantil, de um jardim com pavões e estátuas, e de um quiosque-café com esplanada.

Uma das suas salas mais bonitas e emblemáticas alberga a Livraria Municipal de Lisboa, e serve não só de área de estudo como também de sala de lançamento de livros (fora do horário da biblioteca). Recebeu o nome Sala José Saramago porque o escritor vencedor do prémio Nobel costumava frequentar a biblioteca na juventude.

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Apesar de não ser muito grande, a Biblioteca Galveias é uma das mais bonitas e frequentadas da cidade de Lisboa. Recomendo uma visita seja para fazer o empréstimo de um livro ou simplesmente para ver o edifício histórico. Vale realmente muito a pena.

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Literatura Portuguesa

D. Afonso Henriques

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Sou uma apaixonada por História e particularmente por famílias reais, por isso quando vi este livro na Bertrand (o primeiro de uma coleção da Temas e Debates de biografias escritas por vários autores sobre todos os monarcas de Portugal) soube de imediato que o queria ler.

D. Afonso Henriques (2007) foi escrito pelo conceituado historiador José Mattoso e narra a história de vida do primeiro rei de Portugal. Ficamos a saber sobre os seus pais, o seu entorno, a sua vida em geral, descendência, conquistas e governação. Tudo o que eu sabia sobre ele aprendi na escola, e o que este livro fez foi aprofundar o meu conhecimento não só de D. Afonso Henriques, mas de Portugal e do seu início. Apesar de ser um livro de História, não é maçudo nem aborrecido. José Mattoso escreve muito bem e o seu estilo explicativo é muito claro e tem um ótimo ritmo.

Gostei muito desta experiência literária. A princípio estava com receio de me perder na narração ou de não gostar ao ponto de desistir (algo que raramente faço), contudo a prosa interessante e o tema fascinante fizeram com que eu continuasse a querer saber sempre mais e mais. Não conseguirei completar a coleção porque esta deixou de ser editada, porém, estou a ponderar comprar a biografia de D. João, Mestre de Avis que sei que ainda se encontra à venda. A História dos nossos reis é a História de Portugal. Quão admirável é saber de onde viemos? Para mim, muito.

Feira do Livro · Literatura Portuguesa

A América do Norte

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Comprei este livro na Feira do Livro de Lisboa, o ano passado. O que me atraiu foi o facto de ser uma obra de não-ficção sobre um país que me fascina muitíssimo, os Estados Unidos da América. Quando cheguei a casa percebi, no entanto, que quem o escreveu foi um jornalista açoreano chamado Alfredo de Mesquita que, no início do século XX, trabalhou como embaixador em Nova Iorque. Como na altura não me apeteceu ler algo antigo sobre os EUA, adiei a leitura até hoje. Fiz mal, pois este país eternamente jovem não conhece a palavra “antigo”.

A história de Alfredo de Mesquita confunde-se com a da própria obra. No início do século XX, o jornalista e diplomata foi convidado a exercer de embaixador na Big Apple, uma das cidades do momento. Ao lá chegar, Mesquita ficou tão impressionado com o que viu que decidiu relatar tudo em livro, nascendo, então, A América do Norte (1928). Aqui retrata a vida do quotidiano dos americanos, como trabalham, o que fazem nos tempos livres, como são as suas casas, como se entretêm, como são as suas invenções e construções, a arquitetura, as grandes obras públicas, as indústrias emergentes, a sua relação com a família, com a religião, o papel da mulher, a ética no trabalho, a vontade que têm em aprender tudo e em cultivar-se, como são as suas universidades, alguns self-mademen que se tornaram célebres, e inclusivamente como foi a campanha presidencial que decorria aquando da sua visita e a consequente vitória de Theodore Roosevelt, por quem o autor nutria alguma simpatia.

Tudo é contado ao pormenor e com muito humor, numa escrita absolutamente deliciosa que não fica a dever nada aos melhores escritores. Mesquita tinha um olho clínico e percebe-se que se dava com pessoas interessantes e que era respeitado. Era também muitas vezes convidado para eventos públicos e privados, o que lhe dava acesso privilegiado a tudo o que ocorria. Uma das observações que Onésimo Teotónio de Almeida (autor do prefácio) faz é o facto de Mesquita só tecer elogios ao EUA sem nunca ver o seu lado negativo. Ao ler o relato, confesso não ter pensado ser o caso, contudo, após ler o prefácio (algo que faço sempre no fim), reparei ser verdade. No entanto, creio que aqui não é relevante, pois o leitor é contagiado pelo espanto constante do autor e pela sua ânsia de pôr tudo no papel de forma a dizer aos portugueses que um país jovem é capaz de ser incrível.

Gostei muito deste livro. Muitíssimo. A escrita de Alfredo de Mesquita é maravilhosa e os comentários que faz são impressionantes. É inacreditável que poucas sejam as diferenças entre os EUA do início do século XX e os do início do século XXI. Se quando lá vamos atualmente achamos tudo enorme e cheio de vida, imaginem uma pessoa do passado que habitava um dos países mais pobres da Europa. Amazing.

Literatura Britânica · Literatura Europeia · Literatura Juvenil · Literatura Norte-Americana · Literatura Portuguesa

Balanço de leitura 2016

2016 foi um ótimo ano, principalmente no que respeita a livros. Não me impus nenhuma meta porque não acredito na leitura por lazer como uma obrigação, leio porque me dá prazer e porque quero. Ainda assim, gosto de ir melhorando os meus hábitos de leitura e de acabar o ano com um maior número de livros lidos do que no ano anterior. Foi exatamente o que aconteceu. Em 2015 li 23 livros e em 2016 li 45. Não podia estar mais satisfeita.

No início do ano passado decidi que queria ultrapassar os 23 livros que li em 2015 e empenhar-me mais na leitura. Comecei com um clássico que sempre quis ler: E Tudo o Vento Levou. Como é um livro extenso demorei três meses a lê-lo, e pensei que as minhas expectativas de ler mais livros em 2016 estavam goradas. Escolhi, então, ler obras um pouco mais curtas para me motivar a ler mais. Resultou. O meu gosto pelos livros e o “BookTube” deram-me o empurrão que eu precisava para me concentrar na leitura. Acabei por ter um ano muito produtivo, em que a diversidade foi o ponto alto.

Lista de livros lidos (por ordem de leitura):

E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell
3 contos de Hans C. Andersen (A Pequena Sereia, A Rainha das Neves, A Vendedora de Fósforos)
O Principe e o Pobre, Mark Twain
Paris, Julien Green
O mapa e o território, Michel Houllebecq
Divórcio em Buda, Sandor Marai
Flush – Uma Biografia, Virginia Woolf
Bom-dia, Meia-Noite, Jean Rhys
O Livro da Selva, Rudyard Kipling
O Caso do Segredo da Enteada, Erle Stanley Gardner
A Lebre de Vatanen, Arto Paasilinna
A honra perdida de Katharina Blum, Heinrich Boll
A familia dos Mumins, Tove Jansson
O último dia de um condenado, Victor Hugo
O espião que veio do frio, John Le Carré
O falecido Mattia Pascal, Luigi Pirandello
Peter Pan, J. M. Barrie
A verdade sobre o caso Harry Quebert, Joel Dicker
Dubliners, James Joyce
O Mundo Em Que Vivi, Ilse Losa
O Vento nos Salgueiros, Kenneth Graham
They Do It With Mirrors, Agatha Christie
Animal Farm, George Orwell
The Lost Symbol, Dan Brown
Wonder, R. J. Palacio
Anna dos Cabelos Ruivos, Lucy Maud Montgomery
A herança de Eszter, Sandor Marai
A familia de Pascual Duarte, Camilo José Cela
As mais belas fábulas africanas, vários autores
As duas irmãs, Agatha Christie
As crónicas de Fernão Lopes, Fernão Lopes
As desventuras do Sr. Pinfold, Evelyn Waugh
Washington Square, Henry James
The Pearl, John Steinbeck
As aventuras de Ton Sawyer, Mark Twain
As aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain
A tarde de um escritor, Peter Handke
The Invisible Man, H. G. Wells
O cometa dos Mumins, Tove Jansson
The Catcher in the Rye, J. D. Salinger
The Big Four, Agatha Christie
A joia das sete estrelas, Bram Stoker
Merry Christmas, Louisa May Alcott
The Nutcracker, E. T. A. Hoffman
A Festa de Halloween, Agatha Christie

Os autores mais lidos foram: Agatha Christie (como não podia deixar de ser), Mark Twain, Sandor Marai e Tove Jansson.

Os livros de que mais gostei foram: E Tudo o Vento Levou; Bom-dia, Meia-Noite; O espião que veio do frio; O mundo em que vivi; Animal Farm; Wonder; Anna dos cabelos ruivos; The Catcher in the Rye; The Big Four.

Os livros de que menos gostei foram: O Livro da Selva; O Vento nos Salgueiros; The Lost Symbol; A joia das sete estrelas; The Nutcracker.

Surpresa do Ano: The Catcher in the Rye. Foi o livro que este ano mais me marcou. Descobrir Salinger e a sua obra-prima foi um dos pontos altos do meu ano literário. Fiquei com muita vontade de ler as suas restantes obras.

Desilusão do Ano: The Lost Symbol. O pior livro do ano. Não teve ponta por onde se lhe pegasse. Uma boa ideia muito mal executada.

Conclusão: 2016 foi um ótimo ano de leituras. Nem todos os livros referidos têm crítica aqui no blogue, mas terão, pois planeio escrever sobre eles assim que puder. Também pretendo manter ou ultrapassar o número de livros lidos. Seria espetacular ler mais de 45 livros em 2017. Por vezes não depende só de mim, mas vou tentar, tenho as prateleiras cheias de excelentes propostas. Todas as segundas-feiras há novo artigo aqui no blogue.

Desejo-vos um ótimo 2017, cheio de ótimas leituras!

Literatura Europeia · Literatura Portuguesa

As Crónicas de Fernão Lopes

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Decidi ler mais um livro português neste meu mar de literatura estrangeira.

Lembro-me de na escola e na faculdade grande parte dos professores de História e Português aconselharem a leitura de As Crónicas de Fernão Lopes a todos os alunos. Percebo porquê. Trata-se do trabalho de um dos primeiros “jornalistas” com informação privilegiada junto de governantes e pessoas influentes, que punha no papel (num tempo em que o alfabetismo era raro) o que acontecia nos mais alto círculos reais.

Apesar de ter passado grande parte da vida a relatar o que testemunhava, Fernão Lopes chega-nos sobretudo como autor de três crónicas essenciais para melhor entendermos a nossa História: as de D. Pedro, D. Fernando e D. João I. Nestes documentos, o cronista do reino conta-nos o que ocorria na corte destes três reis, como viviam, com quem conviviam, como arranjavam os seus casamentos e, principalmente, como viveram os conturbados anos da crise de sucessão de 1383-85. O leitor fica a saber o que de importante se passava nos bastidores e como até nesse tempo a política e o poder já estavam desenvolvidos.

A escrita de Fernão Lopes é, claro está, datada, porém as edições contemporâneas das Crónicas estão adaptadas ao português atual, o que faz com que qualquer pessoas as consiga ler. Ultrapassada a barreira linguística, o leitor depara-se com uma escrita clara, descritiva e até opinativa, ficando assim a saber o que Fernão Lopes pensava dos episódios ocorridos.

Recomendo vivamente a leitura das Crónicas de Fernão Lopes para quem gosta de ler sobre a monarquia, para quem gosta de História, ou simplesmente para quem tem curiosidade sobre o passado do nosso país.

Literatura Europeia · Literatura Portuguesa

O mundo em que vivi

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Uma das minhas irmãs mais novas teve de ler este livro no 9º ano. Disse que era muito bom e aconselhou-mo vivamente. Na altura, eu andava no secundário e tinha a minha dose de leitura para fazer, sendo da área de Humanidades. No entanto, fiquei sempre com curiosidade para ler O mundo em que vivi (1943), de Ilse Losa. Hoje, com 32 anos, matei o bichinho.

Rose, uma menina judia de tenra idade, vivia em casa dos avós no final da I Grande Guerra quando o pai vai buscá-la para que ela passe a viver com eles e os irmãos numa cidadezinha próxima, na mesma altura em que Hitler ganha as eleições alemãs e incita ao sentimento anti-semita. Pouco depois, estala a II Grande Guerra.

O mundo em que vivi foi a forma que Ilse Losa arranjou para fazer as pazes com o seu país natal. A história da infância e adolescência de Rose confude-se com a da própria autora, nascida em 1913 no seio de uma família judia alemã e obrigada a emigrar, neste caso para Portugal, para fugir ao Nazismo. Nesta história ficcional, porém autobiográfica, Rose descreve como é viver durante a transição das duas guerras e fazer parte de uma família judia que sempre foi respeitada e deixou de o ser. O relato é sempre na primeira pessoa, cru, honesto e surpreendido, mas com uma dose de bondade e empatia que nunca esmorecem.

Adorei este livro. Atrevo-me a dizer que foi uma das minhas leituras preferidas do ano. Ilse Losa escreve maravilhosamente, a história é fascinante e chega até a ser original, pois fala de um intervalo de tempo que não costuma surgir amiúde na literatura: os anos entre as guerras. A minha irmã tinha razão. E eu também o recomendo vivamente.

Literatura Juvenil · Literatura Portuguesa

Flor de Mel

Quando eu era adolescente, a minha escritora preferida era a Alice Vieira. Li muitos dos seus livros: Rosa, minha irmã Rosa, Lote 12 – 2º FrenteChocolate à Chuva, Flor de MelSe perguntarem por mim digam que voei
Uma das características que eu mais gostava nos romances de Alice Vieira era o facto de serem quase todos tristes e introspectivos. Normalmente, as personagens principais eram sempre raparigas (crianças ou adolescentes) que se viam numa situação familiar anormal que as obrigava a refletir sobre si próprias e sobre o mundo em seu redor. 
Flor de Mel (1986) não é exceção. Melinda, a rapariga desta história, é uma criança sem mãe que vive temporariamente na casa de uma ama porque o pai não tem condições de tê-la consigo. Ansiosa por ter uma vida estável como as outras crianças, a menina relata aos amigos a história fantástica que a avó Rosário lhe contou sobre a mãe ser rainha do palácio das Dioneias e estar, nesse momento, presa numa gruta guardada por piratas, razão pela qual não pode ir ter com a filha. Vivendo de casa em casa e atravessando provações e adversidades sem perder a esperança de um dia ter uma vida melhor, Melinda acaba por receber a visita do pai que, consigo, traz uma grande revelação.
O nono romance de Alice Vieira é dos mais curtos e, à primeira leitura, poderá não ser dos mais fáceis. De todas as obras que li esta foi das que mais atenção me exigiu na sua interpretação. Contudo, após tê-la compreendido, foi também das mais bonitas e satisfatórias. O livro está incluido no PNL do 5º ano, embora eu ache que seria mais adequado ao público adolescente precisamente por causa da interpretação que, para crianças de 10 anos, poderá não ser a mais óbvia. Seja como for, creio que se trata de uma narrativa filosófica forte que aporta consigo um final inesperado e significativo. Recomendo.
Literatura Portuguesa

O Labirinto da Saudade

Este ensaio foi dos mais lúcidos, claros e objectivos que já li.
Eduardo Lourenço, uma das figuras incontornáveis do pensamento contemporâneo português, discorre neste livro, editado em 1978, sobre a identidade portuguesa e a razão pela qual de sermos como somos. Diz que Portugal não se aceita como realmente é, e que ou está demasiado ligado a um passado glorioso ou a um futuro incerto e angustiante. Refere ainda que os intelectuais e escritores podem ter tido um papel preponderante na nossa actual corrente de pensamento, como, por exemplo, a flagrante Geração de 70, que reunia nomes como Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz ou Antero de Quental, e que se «queixava» constantemente de um país rural, sem inovação de máquinas nem de cultura, comparando-o a uma França que, nesse tempo, ditava as regras. Só com Fernando Pessoa, educado na África do Sul e sem grandes problemas identitários em relação à pátria mãe, é que a literatura começou a ganhar novos contornos e, por consequência, também a visão dos portugueses.
Em O labirinto da Saudade, Eduardo Lourenço discorre igualmente sobre a burguesia e a classe média, e sobre como o trabalho nunca foi visto como prioritário, nem como algo que engrandece o homem. Deixo-vos apenas com esta frase que, mais ou menos, resume a ideia do autor sobre o tema:
«Em princípio, todo o português que sabe ler e escrever se acha apto para tudo, e o que é mais espantoso é que ninguém se espante com isso.»
É impressionante como um livro que foi escrito no pós 25 de Abril, por um homem que se auto-exilou em França, continua, infelizmente, actual e verdadeiro. O labirinto da Saudade é uma obra que todos os portugueses deveriam ler. Recomendo vivamente.
Literatura Juvenil · Literatura Portuguesa

A Voz dos Deuses

O primeiro livro de João Aguiar, editado em 1984, foi uma boa estreia literária.
A Voz dos Deuses é uma espécie de livro de memórias feito pela personagem principal, Tongio, na velhice. A sua história confunde-se com a da Lusitânia, uma espécie de reino idealizado pelos lusitanos que, chefiados pelo famoso Viriato, lutavam incessantemente para não caírem nas teias do império romano que se expandia a olhos vistos.
Pode dizer-se que é um livro de aventuras didáctico, pois enquanto narra a historia ficcional de um jovem guerreiro que deseja ser útil à sua sociedade e lutar por aquilo em que acredita, conta, ao mesmo tempo, a História da Lusitânia e daqueles que a fizeram. Podemos inclusivamente encontrar, no final do livro, notas com os factos reais sobre Viriato, os ritos e lugares sagrados da Lusitânia, uma referencia bibliográfica que o autor utilizou, e um resumo cronológico com os factos históricos.
Enquanto obra literária, A Voz dos Deuses tem uma escrita bastante fluída (quase cinematográfica) e de fácil compreensão, o que o torna ideal para um público mais jovem que não só se diverte com a acção do livro, como também aprende sobre a História da sua própria identidade.