Literatura Norte-Americana

The Catcher in the Rye

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Acabo de ler um livro inesquecível: The Catcher in the Rye (1951)

Holden Caulfield é um jovem adolescente nova-iorquino que acaba de ser expulso de um dos melhores colégios do país. Como não é a primeira vez que acontece, Holden receia ir para casa e enfrentar os pais, contudo, como também não quer ficar na escola até as férias de Natal começarem, decide ir-se embora e deambular pela cidade até descobrir o que fazer.

Sem rumo e desapontado com a vida, Holden instala-se num hotel barato, frequenta bares e discotecas, fuma e tenta beber álcool sempre que pode. Nessa noite, e contra os seus princípios, marca um encontro com uma prostituta para ver se perde a virgindade e ganha experiência sexual. No entanto, tudo o que recebe é uma discussão com o chulo e um murro na barriga. Deprimido, Holden liga a uma antiga amiga e pede-lhe para ela fugir com ele, algo que naturalmente não acontece. Decide, então, falar com a sua irmã mais nova, Phoebe, uma menina de dez anos que parece ser a única pessoa que o compreende. É com ela que Holden vai perceber o significado da metáfora que dá sentido à sua vida.

Não é por acaso que The Catcher in the Rye é considerado um dos melhores romances do século XX. O estilo de escrita de Salinger é absolutamente sublime e, na minha opinião, nada datado. O narrador é Holden Caulfield, um adolescente perdido e desiludido com o mundo em busca do sentido da vida nos diversos personagens com que se depara ao longo da sua deambulação por Nova Iorque. Acaba por encontrá-lo em Phoebe, uma criança ainda inocente que representa o otimismo e a espontaneidade que o jovem tanto procura.

Esta obra representa sobretudo a fase da adolescência, quando nos começamos a aperceber de que o mundo não é perfeito, de que há pessoas más e de que a cultura popular pode, por vezes, incapacitar a inteligência dos mais tenazes. J. D. Salinger descreve de forma tão crua e coloquial esta etapa da vida que o seu livro foi banido de escolas e bibliotecas americanas nas décadas de 60 e 70.

The Cather in the Rye é intemporal. Eu própria tive alguma dificuldade em idealizá-lo nos anos 50 e não atualmente. Salinger conseguiu retratar na perfeição, e sem caricaturismos, a adolescência. A perda da inocência. O jovem idealista e desiludido. O verdadeiro rebelde sem causa. Aquele que quer salvar todas as almas incorruptas de caírem no precipício da realidade. Recomendo vivamente.

1 thoughts on “The Catcher in the Rye

  1. Possivelmente a única análise desse livro incrível que vai além do superficial e ressalta o que há de mais substancial nessa narrativa atemporal. Muito bem feito, Margarida :))

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