Bibliotecas do Mundo

Fundação Calouste Gulbenkian

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Sempre que vou ao estrangeiro visito os museus mais importantes da cidade onde estou. Em Paris, o Louvre, em Londres, o British Museum, em Madrid, o Prado, em Nova Iorque, o Met. Em Lisboa tenho alguma dificuldade em aconselhar a visita a um só museu. O de Arte Antiga? O Berardo? O do Chiado? Apesar de todos serem uma escolha acertada, na minha opinião, o museu Gulbenkian devia estar no topo da lista.

Inaugurado em 1969, esta jóia da cultura está situada no coração da capital, num edifício modernista da autoria dos arquitetos Alberto Pessoa, Pedro Cid e Ruy de Athouguia, rodeado por belos jardins projetados por António Viana Barreto com a colaboração do conhecido paisagista Gonçalo Ribeiro Telles.

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A sua impressionante coleção veio para Lisboa porque o seu dono, Calouste Sarkis Gulbenkian, industrial de origem arménia que fez fortuna a negociar petróleo, ficou admirado com a tranquilidade da cidade e conseguiu com que o governo da altura lhe concedesse todas as condições para expor os seus tesouros. Consigo trouxe peças dos artistas mais famosos e cotados a nível internacional, como Renoir, Manet, Monet, Degas, Rodin, Turner, Rubens, Rembrandt, entre outros, assim como artefactos de arte egípcia, árabe, chinesa e japonesa. Pelo meio, ainda podemos apreciar as ricas peças de mobiliário que decoravam o seu apartamento de Paris. O espólio do museu é impressionante, especialmente para a realidade portuguesa, pois não há nada que se lhe assemelhe em território nacional.

Para além da coleção do fundador, o museu acolhe igualmente uma mostra de arte moderna portuguesa, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, inaugurado em 1993. Neste edifício podemos encontrar esculturas e moldes da autoria de Leopoldo de Almeida (autor da escultura de Gulbenkian que se encontra nos jardins da fundação), quadros de Júlio Pomar, Almada Negreiros e Paula Rêgo, entre outros artistas.

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A fundação também disponibiliza ao público exposições de carácter temporário, duas livrarias, uma loja do museu, um restaurante, um café, uma biblioteca, um auditório ao ar livre e uma sala de concertos com vista para o jardim, casa da sua orquestra residente e hóspede de tantos músicos clássicos de renome internacional.

É por estas e por muitas outras razões que, na minha opinião, uma visita à Gulbenkian é obrigatória. E se tudo isto não bastasse, concluo com a nota de que o edifício sede, o museu e o parque foram classificados como Prémio Valmor 1975 e monumento nacional em 2010.

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