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Verão

Edith Wharton era para mim uma desconhecida até eu ter pegado em Ethan Frome (1911), um dos melhores livros que li em 2022. Entretanto li A Casa da Alegria (1905), que também adorei, e Verão (1917) pareceu-me mais do que adequado para esta altura do ano.

A protagonista do romance é Charity, uma jovem rapariga que mora em casa do Sr. Royall, o advogado da pequena cidade americana onde vivem. Charity veio da Montanha, uma parte recôndita daquela terra onde as pessoas não civilizadas escolheram viver, trazida por Royall e criada pela sua mulher como se de uma filha se tratasse. Quando a Sra. Royall faleceu, Charity começou a trabalhar na biblioteca local, recusando a oferta de ir para um internato, o que agradou ao Sr. Royall, pois assim conservava a sua companhia. No entanto, Charity detesta a aldeia, detesta o Sr. Royall, detesta a biblioteca onde ninguém vai, detesta tudo. Até que aparece Lucius Harney, um jovem arquitecto de Nova Iorque…

Apesar de a trama ser simples e pouco original, a escrita e o final de Wharton dão um tom tão especial ao livro que o transformam quase automaticamente num clássico. Apesar de não ser simpática nem afável, é impossível não gostarmos de Charity nem de compreendermos os seus problemas e sonhos. Mesmo o Sr. Royall que a princípio nos parece grotesco, vai crescendo na nossa consideração. A história vai evoluindo e o final não poderia ser diferente daquele que Wharton escolheu.

Gostei muito desta leitura. Edith Wharton está seriamente a tornar-se uma das minhas escritoras preferidas, tanto que já comprei mais três livros seus para ler: A Idade da Inocência (1920); A Son at the Front (1922); e The Custom of the Country (1913). Promessas de leitura que não tardarão a ser cumpridas. Recomendo vivamente.

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