Literatura Britânica · Literatura Policial

O Cão dos Baskerville

Como sabem, iniciei o ano de 2022 a ler a série completa de Sherlock Holmes. Gostei muito dos livros todos, contudo, houve um que claramente se destacou: “O Cão dos Baskerville” (1902).

A série de Sherlock Holmes é composta por oito volumes, quatro são colectâneas de contos (crimes rápidos de que nos fala o Dr. Watson e que, de certa forma, nos ajudam a entender a personagem de Holmes), e quatro romances, (crimes quiçá mais complexos e que, por isso, necessitam de uma maior contextualização). Um deles é o famoso “O Cão dos Baskerville”.

Holmes recebe a visita de Dr. Mortimer, um médico que acabara de perder um amigo, Sir Charles Baskerville, encontrado morto nos jardins da sua mansão. A morte fora registada como ataque cardíaco, no entanto, assim que o Dr. Mortimer viu a expressão de horror na face do cadáver e as pégadas de animal gigantescas em seu redor, recordou-se de uma velha lenda que mencionava uma maldição de família chamada “O Cão dos Baskerville”. Como Sherlock não acredita em maldições, fica intrigado com o caso e decidi investigá-lo.

Gostei muito deste romance. É o terceiro na série, pelo que já se nota um certo amadurecimento literário em Doyle. Está tudo bem feito: a contextualização, o ambiente, o desenvolvimento das personagens, a intriga, o ritmo da história, o final, a explicação. Apesar de as personagens serem poucas, o leitor fica sempre na dúvida em relação ao culpado, já que todas elas parecem suspeitas e pouco confiáveis, o que é sempre de salutar. Uma das características que mais aprecio em Doyle é o facto de ele ser intelectualmente honesto com o leitor. Raramente esconde pistas e põe tudo às claras, o que faz com que nos sintamos próximos de Holmes e fiquemos com a sensação de estarmos a desvendar o caso com ele.

Na minha opinião, se há um livro a ler na série, é este. Não é por acaso que é dos romances mais adaptados ao cinema e à televisão, assim como acarinhados pelos leitores ingleses, que o consideraram, em 2003, um dos romances mais queridos do público.

Literatura Britânica

Sherlock Holmes

Neste início de ano, resolvi ler a série completa do detetive Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle. Li O Signo dos Quatro (fiz um post sobre o livro) o ano passado e, como gostei muito e tinha As Aventuras de Sherlock Holmes em casa, decidi comprar os restantes livros que me faltavam e ler a série por ordem cronológica.

Na imagem estão os primeiros três livros: Um Estudo em Vermelho (1887); O Signo dos Quatro (1888); e As Aventuras de Sherlock Holmes (1892). Os dois primeiros são romances e o terceiro é uma antologia de contos. Quem os “escreve” é Watson, o fiel companheiro e biógrafo de Holmes, médico retornado da guerra no Afeganistão e seu ajudante no terreno. Um perfeito sidekick que basicamente veste o papel do leitor nas suas interrogações e divagações.

Sherlock Holmes é o que imaginamos e um pouco mais. Metódico, o seu conhecimento do mundo começa e acaba nos temas que o podem auxiliar na resolução de crimes, é campeão de boxe e um homem bastante atlético, vive sozinho (ou com Watson), e gosta de fumar ópio de vez em quando. Tem o coração e a cabeça no lugar, detesta escândalos e adora pôr os criminosos na prisão. Devo confessar que o actor Benedict Cumberbatch nunca me convenceu no papel da personagem. Para mim, o actor que melhor personifica Holmes é Jeremy Brett na sua inesquecível interpretação na série dos anos 80 da ITV.

Gostei muito destes três livros e, neste momento, já vou no penúltimo de todos (O Vale do Terror). Para a semana falarei dos outros que já li, concentrando-me um pouco mais no enredo das histórias. Estou a desfrutar muito da leitura e recomendo-a a todos os que gostam de histórias leves de detetives.

Literatura Britânica

Um cântico de Natal

Um dos livros que li em dezembro passado foi “Um Cântico de Natal” (1843), de Charles Dickens. Tratou-se de uma releitura por eu já pouco me recordar da história. E que melhor altura para fazê-lo senão na época natalícia?

Neste conto, deparamo-nos com Scrooge, um velho rezingão e avarento que detesta o Natal e as suas festas. Passa as noites sozinho, a maldizer a época e os que a comemoram. Não se encontra com a família e chateia-se por ter de dar o dia 25 ao sobrinho, que trabalha no seu escritório. Contudo, na noite de Natal, recebe a visita do fantasma do ex-sócio, Marley, que morrera naquela mesma noite há uns anos, e lhe diz que não consegue descansar em paz por não ter sido bom em vida. Todavia, relembra a Scrooge que ele ainda tem hipótese de se redimir e que, para tal, receberá a visita de três fantasmas (passado, presente e futuro).

Apesar de achar a escrita de Dickens um pouco densa e difícil de penetrar, gostei de “Um cântico de Natal.” Para dizer a verdade a época natalícia também não é a minha preferida e ler sobre isso e sobre alguém que acaba por decidir dar-lhe uma nova oportunidade foi esperançoso. Na minha opinião, não faz grande sentido ler este conto noutra altura do ano, mas, no Natal, é pura e simplesmente perfeito.

Literatura Norte-Americana

O Último Magnate

Um dos últimos livros que li o ano passado foi “O Último Magnate” (1941), de Francis Scott Fitzgerald. Pelo prefácio desta edição, fiquei a saber que se trata de um livro inacabado e publicado postumamente. Apesar de me sentir um pouco desencorajada, a obra termina com as notas do autor que nos revelam como teria decorrido o resto da história. E que história teria sido!

A acção decorre nos anos 30 do séc. XX, no seio da indústria cinematográfica americana. Monroe Stahr é um importante executivo de Hollywood, com o toque de Midas para o negócio e para os êxitos de bilheteira. Cecelia, a filha de um produtor influente, conhece-o a bordo de um avião e apaixona-se de imediato por ele. No entanto, Stahr não consegue esquecer a sua mulher falecida, e, por um acaso do destino, ao ver no set de filmagens uma figurante bastante parecida com ela, não descansa até a encontrar e conhecer. No início, Kathleen rejeita os seus avanços, todavia, com o passar do tempo, os dois estabelecem uma bonita relação. O que desconhecem é que tanto um como outro escondem um segredo que inevitavelmente mudará tudo.

Gostei muito de “O Último Magnate”. Tal como no livro “O Grande Gatsby”(1925), a escrita de Fitzgerald é fluída, moderna e concisa, porém cheia de sentimentalismo (no bom sentido da palavra). A vida de Stahr parece perfeita, e ele tem tudo para singrar, mas o seu segredo pessoal, os dramas da profissão e um certo descontentamento que se vivia no período pós Crash da bolsa e pré II Guerra Mundial fazem com que o sonho americano seja mais difícil de concretizar. Acredita-se que a personagem foi inspirada em Irving Thalberg, um jovem e importante executivo da MGM (casado com a atriz Norma Shearer) que nos deu filmes como “Ben-Hur” ou “Revolta na Bounty”, e com quem o autor privou várias vezes.

Creio que se Fitzgerald tivesse terminado “O Último Magnate” ter-nos-ia deixado uma obra tão significativa como “O Grande Gatsby”. Foi uma pena, realmente. Contudo, fica a intenção e as notas que nos dizem como teria gostado de a escrever. Uma história bonita e dramática, ideal para quem gosta do começo hegemónico dos EUA e de Hollywood. Recomendo.

Literatura Britânica

Robinson Crusoe

Robinson Crusoe (1719), de Daniel Defoe, era um dos livros mais antigos da minha TBR. Apesar de ser uma história que eu sempre quis ler, acho que nunca lhe tinha pegado por temer a complexidade da sua escrita possivelmente antiquada e de difícil compreensão. Para minha grande surpresa, não podia estar mais enganada.

Creio que a premissa do livro é conhecida: Crusoe, um jovem sem grandes perspectivas na sua Inglaterra natal e cheio de vontade de se fazer ao mar, parte de Hull num navio rumo a Londres, contra a vontade dos pais. Apesar de sofrer uma tempestade a bordo e de jurar nunca mais entrar num barco, parte novamente desta feita para “os Brasis”, onde compra uma porção de terra e se estabelece como rico fazendeiro. Passado um par de anos, fazendeiros seus conhecidos propõem pagar-lhe uma viagem a África para que ele compre escravos de modo a trabalharem nas suas terras. No entanto, o navio não chega ao destino e Crusoe, sendo o único sobrevivente, fica sozinho numa ilha deserta durante vinte e oito anos, dois meses e dezanove dias.

Este livro é incrível. Defoe consegue criar uma narrativa de um só homem onde o relato da sua superação, força e autodeterminação é o que nos prende às páginas. Crusoe parece nascer de novo num lugar inóspito e estranho, tendo de reaprender tudo outra vez: a comer, a vestir-se, a proteger-se, a confiar e a desconfiar. É a sua força de vontade em continuar vivo e a esperança de um dia sair dali que faz com que ele nunca perca o controlo nem a capacidade de olhar para o futuro, sem se concentrar apenas no presente.

Gostei muito desta obra. Defoe escreve maravilhosamente. As suas descrições são minuciosas, humorísticas e nunca aborrecidas. É impressionante que tenha escrito esta aventura (baseada na vida de Alexander Selkirk) aos 60 anos e cunhado aquele que é considerado o primeiro romance realista inglês. Recomendo-o vivamente. É caso para dizer que já tenho encontro marcado com Moll Flanders (1722). Antes tarde que nunca.

Literatura Norte-Americana

Butcher’s Crossing

Há um par de anos, após ter lido “Stoner” (1965), do escritor americano, recentemente descoberto, John Williams, soube que um dia leria os outros dois livros publicados pelo autor: “Butcher’s Crossing” (1960) e “Augustus” (1972). Comecei pelo primeiro, um western muito masculino, mas também uma história de crescimento e aventura.

A ação de “Butcher’s Crossing” ocorre em 1870 numa pequena vila chamada Butcher’s Crossing. O jovem Will Andrews fartou-se do curso que estava a tirar em Harvard e decidiu escapulir-se para esta zona rural de modo a viver uma aventura. Por intermédio de um contacto do pai conhece Miller, um caçador obcecado por bisontes que anseia desesperadamente por uma última caçada.

É assim que se desencadeia a história. Toda ela é passada nas montanhas onde quatro homens procuram bisontes, tentam caçá-los, sobreviver ao frio e aos feitios diferentes uns dos outros. Apesar de lermos sobre uma aventura e uma história de superação, o livro é bastante lento. Williams leva o seu tempo a desenvolver a ação, o que por um lado é bom porque envolve o leitor, mas, por outro, acaba por tornar tudo muito previsível.

Gostei do livro mas não me encantou. É uma boa opção para quem gosta de histórias invernais ou de westerns. Para além disso está muitíssimo bem escrito, sendo a narrativa o ponto forte de Williams. Ao lê-lo pensei várias vezes que daria um excelente filme, e, pelo que vi online, parece que será realmente levado ao grande ecrã, com Nicolas Cage como Miller, o que me desmotiva grandemente. Sempre pensei na personagem como sendo uma espécie de Glukov (Alex Ferns) da série de tv “Chernobyl”.

Com os dois primeiros livros de John Williams lidos resta-me agora “Augustus”, que em 1972 ganhou o National Book Award. Lê-lo-ei, com certeza, mas não será para já. Não será para já.

Literatura Norte-Americana

The Call Of The Wild

O último livro que li foi The Call Of The Wild (1903), de Jack London. Trata-se de uma pequena novela sobre um cão chamado Buck, que é subitamente raptado de sua casa para servir de cão condutor em Klondike, uma região inóspita do Alasca onde se tinham descoberto minas de ouro. Esta famosa febre do ouro fez com que muita gente tentasse a sua sorte e seguisse caminho para uma vida difícil e arriscada onde praticamente só os mais fortes e aptos sobreviviam. E é exatamente este o tema de The Call Of The Wild.

Buck é uma cria de São Bernardo cruzado com Collie e vive em casa de um juiz californiano. Não é um cão de família, mas é bem tratado e não sente falta de nada. Contudo, após o seu rapto, Buck vai encontrar-se nas piores das condições. Todos os homens o maltratam, fazem-no andar quilómetros a fio no meio de temporais e a escassez de comida é uma realidade de todos os dias. Para piorar, os outros cães não o aceitam e ele vê-se obrigado a lutar pelo seu lugar, assumindo a liderança da matilha. São todas estas privações que vão fazer com que o seu lado selvagem venha ao de cima. Ele sente-se cada mais um animal ligado à natureza.

Gostei muito desta história. Jack London é rude e cru na sua escrita. Muito frontal e violento. Conta as coisas como elas são, como a natureza as fez e as faz funcionar. A natureza dos animais e dos homens, todos em conexão num dos lugares mais primitivos e inabitáveis do planeta. É a lei do mais forte, do mais cruel e do mais selvagem.

Nesta bonita edição da Penguin English Library em particular, The Call Of The Wild é seguido de três contos soberbos de London. Gostei particularmente do último, Love of Life (1907), cujas imagens grotescas ainda me assaltam a mente. Gostaria agora de ler White Fang (1906) pelo mesmo autor, uma história contada ao contrário: um cão selvagem que se deixa domar. Parece interessante, não acham?

Literatura Britânica

Middlemarch

Sempre quis ler “Middlemarch” (1871), de George Eliot, mas o seu número de páginas (809 na tradução da Relógio d´Água) sempre me desmotivou. No entanto, após ter cumprido o meu objetivo de leituras para este ano, e ainda com dois meses livres para findar o mesmo, resolvi que chegara a altura de mergulhar naquele que é considerado o romance vitoriano por excelência.

“Middlemarch” é o nome de uma cidadezinha inglesa fictícia onde se passa a acção da história. Apesar de ter na personagem de Dorothea Brooke a heroína principal, creio que esta obra não é sobre ninguém em particular, mas sobre muitas pessoas que fazem parte do mesmo círculo social e familiar, as suas convivências e a História que se vai desenrolando em torno delas. E há de tudo. Romance, política, traição, desilusão, casamentos felizes, casamentos infelizes, crescimento pessoal, ética e moral, mortes, nascimentos. Tudo o que acontece na vida de alguém está de certa forma espelhado nas personagens de “Middlemarch”. E é aí que reside a grandeza deste livro.

Apesar de ter como contexto histórico e social a época vitoriana, George Eliot consegue o feito impressionante de retratar a vida tal como ela é. Um leitor do século XXI consegue entender, e quem sabe até identificar-se, com o que ocorre às personagens, ganhando ao mesmo tempo uma noção histórica de como era a vida naquele tempo e lugar. A escrita de Eliot é clara e direta, dando-nos em muitos instantes citações impossíveis de não reter, como, por exemplo: “Tem dó do fardo alheio, porque o seu peso errante poderá visitar-te a ti e a mim”; ou “o carácter não é uma peça de mármore… não é algo de sólido e inalterável. É algo que está vivo e se transforma, e pode adoecer, como também acontece com o corpo.”

Gostei muito deste livro. Provavelmente não achamos que nos marca assim que o terminamos, contudo, depois, reparamos que fica connosco e que nos lembramos de várias cenas e acontecimentos relevantes. E o que dizer da conclusão e, em particular, do último parágrafo? Dos melhores que já li em toda a literatura. Recomendo vivamente esta leitura. Como se costuma dizer, se se tiver de ler um romance vitoriano, não há dúvida de que tem de ser “Middlemarch”.

Literatura Norte-Americana

Washington Square e A Herdeira

O fim-de-semana passado vi o filme “A Herdeira” (1947), de William Wyler (Ben-Hur; The Children’s Hour) com os maravilhosos Olivia de Havilland e Montgomery Clift. Não sabia nada sobre a história, que é como gosto de escolher os filmes que vejo e os livros que leio, pelo que fiquei muito surpreendida ao ver que se tratava de uma adaptação da obra “Washington Square”(1888), de Henry James.

Eu já tinha lido este livro há alguns anos, mas lembrava-me pouco da história, pelo que após o visionamento do filme decidi lê-lo outra vez. “Washington Square” narra o romance entre Catherine Sloper, uma rapariga pouco atraente, desajustada e rica que vive com o pai, Dr. Sloper, médico cirurgião bem sucedido, e Morris Townsend, um jovem cavalheiro bem parecido, pobre e sem recursos. Catherine não acredita na sua sorte quando se vê alvo do interesse de Morris, e o seu pai desconfia logo do rapaz e diz à filha que ele só a quer por causa do dinheiro. A partir daqui, estas três personagens, juntamente com Mrs. Penniman, tia de Catherine e grande impulsionadora do namoro, vão confrontar-se ao longo do tempo para se defenderem umas das outras.

Enquanto no livro as razões do interesse de Morris são bastante explícitas, no filme, que é muito fiel ao texto, o espectador é deixado na penumbra. Todas as personagens dão o seu ponto de vista e são guiadas pelos seus interesses e fraquezas, e, apesar de parecer não existir personagem principal, é sem dúvida Catherine que conhece a maior transformação e que dita o desenrolar da história e o desenlace da mesma.

Gostei muito do livro e do filme. Como referi, são os dois muito parecidos e, de certa forma, complementares. Henry James escreve maravilhosamente enquanto aborda um tema diferente e mais original do que é costume, e Olivia de Havilland e Montgomery Clift são divinos no ecrã (ela inclusive ganhou o seu segundo Óscar de melhor actriz com esta longa-metragem). Recomendo.

Literatura Britânica

The Bloody Chamber

Como estamos no mês do Halloween (uma festa de que gosto muito), costumo ler um livro alusivo ao tema: crime, thriller e terror, desde que não assuste muito… Este ano, escolhi uma colectânea de contos de Angela Carter intitulada “The Bloody Chamber” (1979), nesta bonita edição da Penguin Deluxe que comprei há uns meses numa Feira do Livro. Todavia, e para meu grande desgosto, arrependi-me amargamente da minha escolha.

“The Bloody Chamber” reune adaptações de contos clássicos e infantis como O Barba Azul, A Bela e o Monstro, O Gato das Botas, O Capuchinho Vermelho, entre outros, rescritos com características mágicas, fantásticas, de terror e supostamente feministas. Contudo, a primeira adaptação (O Barba Azul) é a única que faz jus a esse objetivo.

Angela Carter foi uma escritora e jornalista britânica, conhecida sobretudo pela sua defesa do feminismo. É por isso de admirar que os contos deste livro, considerado a sua obra-prima, sejam tão degradantes para as mulheres. As personagens femininas que aqui encontramos são meros objectos sexuais para os homens, animais, e restantes criaturas fantásticas. Quase todas as histórias roçam o pornográfico e, na mais curta de todas (graças a Deus), há até a profanação e violação de um cadáver, adicionado a uma pitada de voyeurismo.

Estive quase a abandonar esta leitura, só não o fiz porque felizmente o livro é curto e eu queria ficar com uma opinião mais forte e fundamentada acerca do meu desprezo por ele. Não teve nada do que eu procurava: sustos, terror, suspense… Não, foi apenas a destruição completa dos contos que todos nós conhecemos através do que é mais cliché, sexual e sado-masoquista. Uma coisa é certa: foi de fugir.