Fiódor Dostoiévski · Literatura Russa

Os Irmãos Karamázov

O que dizer de um livro perfeito? Leiam-no.

Fiodor Dostoievki é um dos meus escritores preferidos. Já li seis das suas obras (“Noites Brancas”; “O Jogador”; “Memórias do Subsolo”; “O Eterno Marido”; “Crime e Castigo” e “Os Irmãos Karamázov”), e quanto mais leio, mais se consolida como um dos meus autores de cabeceira.

A presente história tem início com Fiodor Karamázov, um homem bruto, rude e sem maneiras, que gosta de beber e de dinheiro. Os dois casamentos que faz são por interesse e, apesar de as esposas terem falecido desgostosas e de morte natural, deixam-lhe três filhos: a primeira, Dmitri, e a segunda, Ivan e Aleksei. Fiodor não se interessa por nenhum deles, ficando as crianças à mercê de empregados e familiares. Mais tarde, quando os rapazes se tornam adultos e voltam a contactar o pai, vemos que os seus caminhos tomaram rumos muito diferentes: Dmitri é um pândego, sendo o mais parecido com Fiodor; Ivan é o típico intelectual do Iluminismo, rejeitando Deus e a moralidade; e Aleksei torna-se monge num mosteiro. A relação entre os irmãos é geralmente pacifica, o grande problema que eles têm é com o pai, Fiodor Karamázov. E é a partir daqui que a narrativa se desenrola.

Adorei este livro. É longo, intenso, complexo, repetitivo, filosófico. É uma leitura árdua e exigente, mas muito compensadora. Dostoievski sabe como ninguém chegar às profundezas do pensamento e da alma, fazendo-nos questionar a condição humana e, no seu caso, as características psicológicas. E, apesar de eu continuar a preferir “Crime e Castigo” (cujo final me emocionou profundamente), não posso deixar de recomendar “Os Irmãos Karamázov”. Uma história que fica para sempre connosco.

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